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Unificados entrega dossiê sobre a Natura, em Brasília

Uma comissão formada por dois dirigentes do Sindicato Químicos Unificados e duas trabalhadoras com doenças ocupacionais demitidas pela Natura foi até Brasília e entregou um dossiê com denúncias contra a empresa para parlamentares e representantes do Ministério do Trabalho, ontem (15/dez/10).

Participaram da delegação os dirigentes do Unificados Paulo Soares e Petrônio de Oliveira, que é também funcionário da Natura, e duas trabalhadoras demitidas da empresa, Elisangela Ferreira dos Santos e Maria Eliane Pimentel.

ACESSE AQUI para ler o dossiê.

A viagem

Antes do nascer do dia, a comissão já estava no Aeroporto Internacional de Guarulhos para pegar o voo rumo à capital do país. Nas mãos, diversos exemplares de um documento especialmente preparado para a ocasião.

O dossiê continha informações sobre as demissões, informações médicas das trabalhadoras lesionadas e dados sobre o crescente faturamento da Natura.

Na capital Federal a comissão foi recebida pela equipe de gabinete do deputado Ivan Valente, (PSol/SP), e orientada pelo coordenador político Rodrigo Pereira.

Graves denúncias

A primeira reunião realizada foi na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados, com os deputados federais Ivan Valente e Alex Canziani, do PTB/PR, presidente da Comissão.

Canziani, que ficou impressionado com gravidade das denúncias, afirmou se tratar de algo absurdo. “São violações aos direitos trabalhistas, e o respaldo político é importante para essas trabalhadoras”, completou o deputado.

Os deputados sugeriram escrever um ofício para a Natura em nome do Presidente da Comissão do Trabalho, informar sobre as denúncias do sindicato e solicitar da empresa informações mais detalhadas sobre as demissões.

Auditor do Ministério do Trabalho
“baterá às portas” da Natura

A delegação se reúne com Ismael Lisboa, assessor do ministério do Trabalho

A delegação se reúne com Ismael Lisboa,
assessor do ministério do Trabalho

A segunda reunião foi com o Ismael Lisboa, Assessor Especial do Ministro do Trabalho Carlos Lupi. Ele ouviu as denúncias e as histórias das trabalhadoras e sugeriu ações políticas e jurídicas para serem tomadas.

Segundo Ismael e outras duas representantes do ministério, pelas informações fornecidas pelas trabalhadoras a Natura cometeu infrações como ter retido as carteiras de trabalho, não ter realizado exame demissional e ainda não ter feito homologação das demissões.

“Vamos verificar essas denúncias, enviar um auditor do Ministério para bater na porta da empresa”.

Uma cópia do dossiê também foi entregue para o senador José Neri do PSol/PA (foto superior – à dir.).

Marina Silva

Sindicalistas e trabalhadoras com Pedro Ivo, assessor de Marina Silva

Sindicalistas e trabalhadoras com Pedro Ivo,
assessor de Marina Silva

O último compromisso em Brasília foi com Pedro Ivo de Souza Batista, assessor da senadora e ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (PV/AC).

Marina Silva concorreu ao cargo de presidente da República nas últimas eleições, e teve em sua chapa como vice-presidente um dos maiores acionistas da Natura, Guilherme Leal.

Pedro Ivo tem longa trajetória de luta em movimentos sociais e ambientais e se comprometeu a passar para a senadora, e tentar fazer chegar para Guilherme Leal, o pedido de ajuda e as denúncias das trabalhadoras da Natura.

Primeiro passo

Ao final do dia, cansadas, mas satisfeitas, as trabalhadoras falaram sobre as reuniões.

“Apesar de uma resistência inicial, percebi que todos se interessaram pelos nossos problemas”, diz Elisangela Ferreira. “Muitas colegas demitidas não acreditavam que conseguiríamos nada, pois a Natura é uma empresa muito grande. Porém, hoje, demos um primeiro passo”, afirma Maria Eliane.

O dirigente do Unificados Paulo Soares afirmou que as ações do sindicato para denunciar a empresa não vão parar. “Tomaremos todas as medidas políticas e jurídicas possíveis para resolver a situação dessas trabalhadoras”.

Histórico

No dia 29 de novembro, a Natura, empresa da base do Unificados, localizada em Cajamar, demitiu 30 trabalhadores, em sua grande maioria mulheres lesionadas, e alegou “falta de comprometimento”.

Os trabalhadores demitidos pela Natura estavam em reabilitação e trabalhavam em linhas de produção específicas para funcionários em recuperação. Uma dessas linhas, inclusive, foi desativada.

Quase todas as trabalhadoras demitidas tinham idade entre 35 e 44 anos, eram funcionárias da Natura há pelo menos oito anos e foram bem avaliadas no Processo de Gerenciamento de Desempenho (PGD).

Em reunião com o Unificados e a comissão de trabalhadores demitidos, a Natura afirmou ter realizado uma “criteriosa avaliação” antes das demissões, e alegou que as funcionárias não tiveram compromisso e nem vontade de contribuir para o crescimento da empresa .

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